Projeto de lei quer proibir desconto em benefícios do INSS

Projeto de lei quer proibir desconto em benefícios do INSS

Nos últimos anos, o tema dos descontos automáticos nos benefícios do INSS tem gerado debates acalorados. Muitos aposentados e pensionistas reclamam de valores que são retirados de seus pagamentos sem autorização clara, seja por empréstimos consignados, mensalidades de associações ou serviços pouco transparentes. Agora, um novo projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional promete mudar essa realidade.

A proposta busca proibir qualquer desconto direto nos benefícios previdenciários, a menos que haja uma autorização expressa e renovada pelo segurado. O objetivo é oferecer mais proteção aos aposentados e pensionistas, que muitas vezes são alvo de práticas abusivas, especialmente no caso de idosos que acabam assinando contratos sem plena compreensão ou até mesmo vítimas de fraudes.

Segundo os defensores do projeto, a medida vai garantir mais autonomia financeira e impedir que o benefício do INSS, muitas vezes a única fonte de renda do segurado, seja comprometido sem consentimento. Hoje, além dos empréstimos consignados – que já têm regras específicas – há registros de descontos por associações de classe, seguros e até mesmo serviços não solicitados, o que afeta diretamente o valor recebido pelo aposentado.

Críticos da proposta, por outro lado, argumentam que a proibição pode dificultar o acesso a linhas de crédito consignado, que costumam ter juros mais baixos justamente porque o pagamento é descontado diretamente do benefício. Nesse sentido, a discussão gira em torno de como equilibrar a proteção ao segurado e a manutenção de condições de crédito vantajosas.

Enquanto o projeto não é votado, especialistas recomendam que aposentados e pensionistas fiquem atentos ao extrato de pagamento do INSS, disponível pelo aplicativo ou site Meu INSS, para identificar possíveis descontos indevidos. Caso encontre algo irregular, o segurado pode contestar diretamente junto ao INSS ou acionar a Justiça.

Se aprovado, o projeto representará uma mudança significativa na forma como o benefício previdenciário é gerido, reforçando a ideia de que o dinheiro do aposentado deve ser preservado ao máximo para sua subsistência.